Olaria: 109 anos de história do Azulão da Bariri
- futebolperiferico
- 1 de jul. de 2024
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Atualizado: 1 de jul. de 2024
Por Breno de Brito
O Olaria é um tradicional time do Rio de Janeiro, por mais que seja considerado um dos “pequenos” da cidade maravilhosa, sua história centenária traz ousadia e a paixão por futebol de alguns jovens da Leopoldina. Nesta segunda-feira (01), o clube completa seu 109° aniversário.
A sua criação e seus primeiros passos
O clube foi fundado no dia 1 de julho de 1915, na casa do capitão Alfredo de Oliveira no bairro de Olaria, por um grupo de jovens chamados; Alfredo de Oliveira, Carolino Martins Arantes, Sylzed José de Sant’Anna, Elmano Jofre, Hermogênio Floriano de Vasconcellos, Manoel Gonçalves Boaventura, Isaac de Oliveira, Jaci de Oliveira e outros.
Suas primeiras cores foram o preto e o branco e o primeiro escudo era constituído de um losango preto com as iniciais “OFC”.
Essa criação foi ousada para a época, pois no século XX, o futebol era um esporte em maior parte da elite. Cinco anos depois seu nome mudou para “Olaria Atlético Clube”.

Outras mudanças ocorreram além do nome: as cores e o escudo, ambos são utilizados atualmente. Inicialmente o clube filiou-se à extinta Liga Suburbana e seu primeiro campo ficava na Rua Leopoldina Rêgo.
Após 11 anos, em 1931, o Azulão (apelido pelo qual o clube é chamado) conquistou um dos seus títulos mais importantes, conquistando de forma invicta da Segunda Divisão da Associação Metropolitana de Esportes Atléticos (AMEA), passando pela primeira vez em sua história a participar da primeira divisão do campeonato estadual.
E 2 anos depois, em 1933, ficou com o vice-campeonato do Campeonato Carioca de Futebol organizado pela Associação Metropolitana de Esportes Athleticos (AMEA), que foi vencido pelo Botafogo. Essa foi a melhor colocação do Olaria no campeonato.
A construção do “Alçapão”
No ano de 1937, o Olaria teve sua existência ameaçada, pois com a reunificação do futebol do Rio de Janeiro, o Olaria foi injustamente afastado da nova confederação, esse sendo um dos maiores golpes de sua história.
Porém, uma década após esse acontecimento, o Olaria voltaria à primeira divisão do futebol carioca, com a construção do seu próprio estádio, na rua Bariri , e em seu próprio bairro, permanecendo até hoje como sua casa.
Naquele ano, no dia 6 de abril, era inaugurado o Estádio Mourão Filho, em jogo amistoso no qual o Fluminense venceu o Vasco por 5 a 4, com o Friaça, do Vasco, marcando o primeiro gol do estádio.
O Estádio Antônio Mourão Vieira Filho, conhecido popularmente como Estádio da Rua Bariri ou “Alçapão”, tem capacidade para 12.000 pessoas, mas encontra-se limitado pelo corpo de bombeiros atualmente para 8.300 espectadores.
Quase 30 anos depois , na gestão do então presidente José de Albuquerque é construído o Parque Aquático olariense, que até hoje, uma das referências de lazer na zona Leopoldinense.

A bela história do Azulão e suas maiores conquistas
Em 1950, com a inauguração do Estádio Mário Filho, mais conhecido como Maracanã, o Olaria deixava o alçapão para jogar no Maracanã e fez bonito; no primeiro campeonato do Maracanã, acabou chegando à frente do Flamengo e do Fluminense. Em 1954, foi o primeiro time carioca a dar uma volta ao mundo.
Em 1960, conquistaria seu primeiro título da primeira divisão, vencendo o Vasco da Gama na final e conquistando o título do Torneio Início, esse também, foi o primeiro título conquistado no recém-criado Estado da Guanabara.
Em 1962, o clube conseguiu uma excelente campanha no estadual, credenciando-se para a disputa do Rio-São Paulo no ano seguinte. Esse time de 62 contava com: Murilo, Hartoldo, Navarro, Casemiro, Nélson, Walter, Cané, Rodarte, Romeu…um baita time.

A década de 1970, foi uma época riquíssima para o futebol do Azulão. Em 1971, o clube chegou na terceira colocação do Carioca, atrás apenas de Fluminense e Botafogo. E isto, sem jogar na sua casa, na Bariri, uma única vez, pois o campo na época estava em obras.
Com um timaço que tinha: Aroldo, Miguel, Altivo, Alfinete, Afonsinho, Marco Antônio, Luís Carlos, o Olaria, então de camisa listrada, deu um show de futebol durante todo o campeonato.

O ano de 1972 marca a passagem histórica do “Anjo das pernas tortas”, o Garrincha, pelo Olaria, onde ele encerrou a sua carreira e marcou seu último gol.

Os anos de 1973 e 1974 marcam a participação do Olaria na divisão principal do Campeonato Brasileiro, quando conseguiu, inclusive, a façanha de derrotar o Santos por 2 a 1 em plena Vila Belmiro. O ano de 1981, inscreveria o Olaria na galeria dos campeões brasileiros.
O clube, sagrou-se campeão brasileiro da Taça de Bronze, vencendo o Santo Amaro na final. Comandados pelo técnico Duque, o Olaria tinha craques como Salvador, Lulinha, Mauro, Zeíca, Chiquinho, Paulo Ramos, Ricardo, Orlando.
O presente
Infelizmente , desde essa era de ouro do azulão, o time vive momentos difíceis. Sem estar na primeira divisão do campeonato carioca a anos e com problemas financeiros, o time da Rua Bariri vive uma luta constante para continuar competindo e voltar à elite do futebol carioca.
Hoje em dia o Olaria joga a série A2 do campeonato carioca, e busca uma vaga na primeira divisão. O Olaria jogou a Copa Rio 2023 e acabou ficando com o vice-campeonato, sendo superado pela Portuguesa-RJ. Porém, com um bom futebol sendo desempenhado pela equipe, o azulão conseguiu a classificação inédita para a Copa do Brasil 2024.
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