Com boas chances para os dois lados, Cabofriense e Maricá empatam sem gols
- João Vitor Cravo
- 12 de jun. de 2024
- 4 min de leitura
Jogo protagonizado pelo gramado ruim se manteve em aberto até o final e teve pênalti polêmico não marcado no fim do segundo tempo.
Por João Vitor Cravo
A partida disputada por Cabofriense e Maricá nesta quarta feira (12), válida pela 4ª rodada da Série A2 do Campeonato Carioca, não valia somente 3 pontos, mas também o segundo lugar na tabela – visto que o 2º colocado, Duque de Caxias, tropeçou nessa rodada, estacionando nos 8 pontos. Enquanto o time da casa podia, com a vitória, ficar a 1 ponto do líder America, os visitantes tinham a possibilidade de somar os mesmos 10 pontos do 1º colocado.
Com o Correão (estádio da Cabofriense) ainda interditado, a partida foi disputada no Elcyr Resende, do Boavista, em Bacaxá. Dessa maneira, o tricolor praiano não jogava exatamente em casa, o que fez com que o público fosse bastante reduzido. Por isso, as análises iniciais da partida apontavam certo favoritismo do Maricá, segundo melhor ataque da competição, com elenco recheado de jogadores com experiência na Série A1 (inclusive na deste ano).
Primeiro tempo
Na tentativa de propor o jogo e colocar em prática seu estilo mais focado em manter a posse, o Maricá começa pressionando a saída de bola do time da casa. Por isso, tendo dificuldade para sair jogando com passes curtos – devido à pressão do adversário e à péssima qualidade do gramado –, a Cabofriense baseia seu jogo nas saídas rápidas e bolas longas.
Dadas as condições precárias do campo de jogo, os lances de perigo do primeiro tempo foram, em sua maioria, vindos de cruzamentos. Aos 15 minutos, o Maricá chega com perigo pela primeira vez após jogada de Fellipe Resende pela ponta. O meia tentou achar seu companheiro Matheus Lira dentro da área, mas viu o zagueiro adversário chegar primeiro para cortar.
A partir dos 30 minutos, a Cabofriense começa a chegar com mais perigo, principalmente pelos lados. O ponta direita Igor fez cruzamentos perigosos buscando o atacante Elias, lances que trouxeram preocupação para a defesa do Maricá. Porém, o principal nome do primeiro tempo foi Pepeu. Caindo pela esquerda, o atacante completou bons dribles – que ocasionaram em duas faltas na entrada da área –, exigiu boa defesa do goleiro Dida após finalização de longe e cruzou bolas perigosas para seu centroavante.
Porém, apesar de alguns lances de perigo, principalmente por parte do tricolor praiano, a primeira etapa acabou 0x0. Visto que se enfrentavam duas das defesas mais sólidas do campeonato – Cabofriense somente sofreu gols contra o America (3 vezes), enquanto o Maricá apenas tomou uma bola na rede na competição –, já era esperado um jogo mais amarrado e faltoso, bem ilustrado por um empate sem gols.
Segundo tempo
Logo no intervalo, o treinador Reinaldo mexeu no Maricá tirando João Victor, um lateral esquerdo que é zagueiro de origem, logo, sobe menos, e puxando para sua posição o ponta Rafael Carioca, para fazer uma função mais ofensiva. Dessa forma, a equipe visitante ficou ainda mais exposta às jogadas de lado de campo do adversário.
No primeiro lance de perigo do 2º tempo, a Cabofriense chegou pela ponta com Igor, que fugiu do marcador e passou para Jones Carioca, dentro da área, chutar para fora. Poucos minutos depois, o time da casa chegou com perigo mais duas vezes, novamente pela ponta, mas agora com Pepeu. Na primeira, ele sofreu falta e cobrou direto para o gol, obrigando Dida a fazer mais uma defesa. Na segunda, cortou para dentro e achou Igor dentro da área, exigindo bom desarme do zagueiro adversário.
Apesar da maior exposição defensiva do Maricá após as substituições, a equipe ganhou volume de jogo, conseguindo chegar ao campo da Cabofriense com mais perigo. Dessa forma, a partir dos 25 minutos do 2º tempo, o jogo foi dominado pelos visitantes, que, mesmo não conseguindo pôr em prática a sua estratégia de trocar passes e manter a posse da bola, incomodaram a defesa adversária com viradas, cruzamentos e escanteios.
Em meio à pressão do Maricá, um escanteio foi cobrado pelo lado esquerdo e desviado com a mão pelo atacante Elias, da Cabofriense. O toque de raspão não foi suficiente para a marcação de pênalti na interpretação do juiz, que deixou o jogo seguir depois de muitas reclamações.
Assim, mesmo com a pressão final e o maior volume ofensivo na segunda etapa, o Maricá não conseguiu chegar ao gol da vitória. Se defendendo e tentando sair nos contra ataques, a Cabofriense também não foi capaz de marcar. Ou seja, resultado final: 0x0.
Fim de jogo
Como destaques da Cabofriense, não tem como não falar dos pontas. Igor, pela direita, foi muito participativo, buscando encontrar companheiros livres dentro da área. Enquanto isso, na esquerda, Pepeu – o grande nome do tricolor praiano no jogo – tentou dribles, chutes, cruzamentos e cobranças de falta, mas seus esforços e sua boa atuação não foram suficientes para tirar o 0 do placar.
Do lado do Maricá, ainda que a atuação coletiva tenha sido um pouco abaixo do esperado (comparando, por exemplo, à vitória por 4x1 sobre o Petrópolis), é possível apontar o bom primeiro tempo do meia Fellipe Resende, que participou das principais jogadas ofensivas criadas. Porém, o principal jogador dos visitantes foi defensivo: o zagueiro e capitão Sandro Silva fez um grande jogo, marcando incansavelmente o atacante Elias e conseguindo bons desarmes, de modo a garantir – junto com o bom e muito exigido goleiro Dida – que seu time não tomasse gols nesta tarde.
Zagueiro Sandro Silva em entrevista após o jogo. Foto: Reprodução / Instagram Maricá
Por fim, pode-se dizer que o empate por 0x0 foi prejuízo para os dois times. A cabofriense perdeu uma boa oportunidade de vencer e encostar no líder. Agora, corre o risco de perder o lugar no G4 caso o Audax vença o Petrópolis (em partida que ainda não tem data marcada). Enquanto isso, o Maricá, embora tenha assumido a segunda colocação – somando os mesmos 8 pontos do Duque de Caxias e ficando à frente pelo saldo de gols – deixou passar a chance de empatar em pontos com o America.
Assim, mesmo que nenhum dos lados tenha saído satisfeito, nada mais justo do que uma partida de defesas sólidas terminar em um empate sem gols. Na próxima rodada, a Cabofriense joga contra o Audax, em confronto decisivo na briga por uma vaga no mata-mata. Já o Maricá pega o Artsul em casa, pensando em ganhar e continuar na caça ao líder.
Comments