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40 anos atrás, o Bangu de Castor parava a Coreia do Sul

Torneio foi disputado em 1984 e teve o clube carioca como grande campeão, com direito a embate contra potência europeia.


Por João Vitor Cravo 


O ano era 1984, e o Bangu do cartola Castor de Andrade caminhava a passos largos para seu auge, marcado pelo vice-campeonato brasileiro de 1985. Em meio à meteórica ascensão banguense, sob tutela e investimentos de seu patrono, havia a pretensão de levar o clube para além dos limites da periferia fluminense, de modo a torná-lo conhecido mundo afora.


Bangu na Coreia do Sul
Bangu sendo recebido na Coreia do Sul em 1984. (Foto: Reprodução / Esporte Rio)

Nesse contexto, os alvirrubros foram convidados, para a surpresa de muitos, a participar da Copa do Presidente (ou President’s Cup), na Coreia do Sul. A federação sul-coreana elaborou uma nova edição do torneio visando estimular a prática e a popularidade do esporte no país, além de promover as equipes locais, tendo em vista que o campeonato nacional fora fundado no ano anterior (1983). Para tanto, convidou clubes das Américas, da Europa e, inclusive, seleções.           


Pôster da Copa do Presidente
Pôster da Copa do Presidente. (Foto: Reprodução)

Assim, a delegação banguense embarcou para a Ásia, pela primeira e única vez na história, para jogar a copa. Na primeira fase, dois grupos de 4 equipes jogariam entre si, sendo o do Bangu composto por Hallelujah – uma equipe local, fundada com a intenção de conter somente jogadores cristãos, que era a atual campeã sul-coreana –, Cercle Brugge, da Bélgica e a Tailândia, uma das seleções que entrou na disputa.


Após golear a Tailândia, empatar sem gols com o Hallelujah e repetir o 4x0 da estreia contra o Brugge, os cariocas passaram para disputar as semifinais do torneio, na qual pegariam o poderoso Bayer Leverkusen.


A equipe alemã vivia um momento de construção do plantel que viria a vencer a Copa da Uefa de 1987/88, contando com o veterano Cha Bum-kun no comando do ataque. O jogo contra o Leverkusen foi disputado, tendo o empate por 1x1 persistido no tempo normal, levando a partida para os pênaltis. Nas cobranças, triunfaram os banguenses, que, com um 4x2, chegaram à final.


Na finalíssima, o Bangu enfrentou o Hallelujah, em uma reedição do confronto da fase de grupos, após os locais eliminarem a seleção sul-coreana nas semis. Os cariocas entraram em campo com: Gilmar; Índio (Perivaldo), Tecão, Polozi e Tonho; Mococa, Israel e Paulinho Criciúma; Marinho, Macaé e Ado. A partida, disputada na capital Seul, no dia 09/06, contou com o estádio lotado de torcedores locais.


Plantel do Bangu em 1984/85.
Plantel do Bangu em 1984/85. (Foto: Reprodução / Globo)

Sem sentir a pressão, os banguenses triunfaram com um 2x1, com 2 gols do artilheiro do torneio (com 5 gols) Paulinho Criciúma. Assim, Castor de Andrade e os comandados do técnico Moisés encantaram os sul-coreanos e levantaram a taça da Copa Presidente, já conquistada em outras ocasiões por São Paulo (sub-21), Vitória (ES) e Operário. 



Após anos de ascensão no início da década de 1980, o Bangu, desacreditado após o vice-campeonato brasileiro de 1985, viu seu patrono Castor de Andrade deixar o clube em segundo plano. Daí para a frente, o plantel banguense foi sendo desmanchado aos poucos, para sanar a falta de investimentos do cartola, e viveu anos de derrocada. 


Hoje em dia, o alvirrubro da Zona Oeste do Rio de Janeiro disputa divisões inferiores dos campeonatos carioca e brasileiro, e vê em seus torcedores a nostalgia da sua época áurea: o lendário Bangu do Castor – elenco, esse, que encantou o Brasil, cativou torcedores de cada um dos grandes do Rio e ainda deixa saudades 40 anos depois.



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